terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Velas e torcidas



Adoro, simplesmente adoro ver velas acesas.


Se não fosse o risco de incêndio, sempre teria uma delas acesa, duas ou três em minha casa.

E velas de igreja então? Acho lindo aquela coisa de ver que tem gente que tem fé em algo, aquele algo impalpável que pode ser a Luz que faltava a quem procura ajuda.


Fico observando as velas, seus pavios acesos, e fico me imaginando dentro das chamas, cada uma, um pedido, uma aflição, uma vontade de proteção e caminho. E daí, fico numa torcida como se todos os pedidos fossem meus, todas as angústias fossem minhas mesmo e então, peço, peço também com muito coração que tudo que ali é pedido seja alcançado segundo a vontade de Alguém que não vejo, mas confio tanto em sua existência que nem sei!


Torço, torço muito por todas as velinhas como se estas fossem gente, tornam-se meus amigos íntimos e da intimidade de seus corpos viro corpo de vela que busca proteção, caminho, amor...

E daí, sabendo em meu íntimo o que já sei... que se todos fosse felizes enfim, eu também seria dentro deste mundão chamado Terra e assim, todo mundo seria feliz, imagine só que lindeza de se ver!


Meu convite é pra gente começar a torcer, cada um por todo mundo, nem precisa saber das dores, detalhes de almas partidas, nem das profundezas de onde motivamos todas nossas dores... precisamos só é torcer cada um por todo mundo... e a lindeza de se ver vai aparecer na frente de todo mundo, bem do jeito que agora está aparecendo pra você que lê e imagina toda esta transformação em ação...


obs.: a foto é das velas da igreja de Notre Dame, foto minha...

o desejo é que este convite se espalhe como puder neste Natal em nossos corações... mas , não só no Natal, mas sim, em todos os dias de nossas vidas...pra Terra e nós, ficarmos esta lindeza de se ver!

Um comentário:

Sonia Schmorantz disse...

Receita de ano novo 
de Carlos Drumond de Andrade
 

Para você ganhar belíssimo Ano Novo 
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, 
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido 
(mal vivido talvez ou sem sentido) 
para você ganhar um ano 
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, 
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; 
novo 
até no coração das coisas menos percebidas 
(a começar pelo seu interior) 
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, 
mas com ele se come, se passeia, 
se ama, se compreende, se trabalha, 
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, 
não precisa expedir nem receber mensagens 
(planta recebe mensagens? 
passa telegramas?) 
 

Não precisa 
fazer lista de boas intenções 
para arquivá-las na gaveta. 
Não precisa chorar arrependido 
pelas besteiras consumidas 
nem parvamente acreditar 
que por decreto de esperança 
a partir de janeiro as coisas mudem 
e seja tudo claridade, recompensa, 
justiça entre os homens e as nações, 
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, 
direitos respeitados, começando 
pelo direito augusto de viver. 
 

Para ganhar um Ano Novo 
que mereça este nome, 
você, meu caro, tem de merecê-lo, 
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, 
mas tente, experimente, consciente. 
É dentro de você que o Ano Novo 
cochila e espera desde sempre.

Que em 2010 Deus o abençôe com saúde, paz, muito amor e um bom trabalho!
abraço